O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) pediu o afastamento das funções ostensivas dos três militares envolvidos no esquema de cobrança de propina para liberar motoristas autuados por infrações no trânsito.
Nos documentos obtidos pela Gazetaweb referentes à Operação PIX, o Grupo de Atuação Especial às Organizações Criminosas (Gaeco) diz que, caso sejam soltos, eles não poderiam voltar a atuar ostensivamente em via pública.
Uma audiência de custódia acontece na manhã desta terça-feira (14). O MPE quer que, caso sejam liberados, eles sejam realocados para funções administrativas, da fase de instrução até o julgamento. O pedido de afastamento ainda será julgado pela Justiça.
Da polícia, dois cabos e uma soldado foram presos temporariamente. Outro homem também foi preso nessa segunda-feira (13).
Segundo a representação, dentre os diálogos, um que envolve o cabo que comandava a guarnição do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) – acusada de cobrar propina para liberar motoristas – e um homem que estava sendo vítima da extorsão. Na conversa, a vítima oferece acarajé como pagamento, mas o policial diz querer “papel”, ou seja, uma referência a dinheiro.
No começo dos trabalhos, os promotores investigaram duas guarnições do batalhão, a Rotran 1 e Rotran 2. De imediato, foi identificado que o titular da conta bancária para onde a propina era enviada não é policial militar, e que ele trabalha como corretor de planos de saúde e odontológicos.
A participação da Rotran 2, segundo a investigação, foi descartada, mas, em relação à Rotran 1, “foi possível obter fortes indícios de autoria e materialidade, sobretudo dos delitos de concussão.”