O monitoramento é feito desde maio, em meses alternados, em áreas fixas nas cidades de São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e Araruama. Durante o trabalho, são analisados a quantidade, a proporção de machos para fêmeas, de adultos para jovens, o estágio reprodutivo e o tipo de comportamento que eles apresentam.
“Esse conjunto de fatores nos mostra como está a saúde dessa população. Também fazemos uma marcação visual de cada um, por meio de fotografias do topo da cabeça dos animais, onde fica uma estrutura óssea chamada de coroa. Elas são como a nossa impressão digital, ou seja, são únicas”, explicou a coordenadora do Projeto Cavalos-Marinhos, Natalie Freret-Meurer.
A espécie cadastrada é o Cavalo-Marinho do Focinho Longo, que é observado na costa brasileira e no litoral do estado do Rio. Além da análise do animal, também é feita a coleta da água. ”Examinamos parâmetros como salinidade, temperatura, PH, amônia e nitrito, mas ainda não sabemos a causa do surgimento dos cavalos-marinhos, pois não temos dados científicos robustos para identificar o motivo”, afirmou a bióloga.
A pesquisadora contou que os pescadores que trabalham há mais de 40 anos na Lagoa de Araruama nunca haviam visto cavalo-marinho por ali. ”Para a gente ainda é uma incógnita a causa dessa entrada desses animais. É claro que eles acharam um novo ambiente propício para reprodução, tem muitos machos grávidos, jovens, numa proporção típica para a espécie”.
Com 85% das praias com águas próprias para o banho, segundo o último relatório de balneabilidade do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), emitido em setembro, a Lagoa de Araruama também é foco de outro projeto: o Imersão.
Realizado pela Universidade Veiga de Almeida em parceria com a Prolagos, o programa faz análises dos parâmetros físico-químicos da água da laguna, com a produção de relatórios técnico e fotográfico trimestrais, assim como levantamento das aves migratórias e residentes na Região dos Lagos.
”Alguns organismos como o cavalo-marinho são muito sensíveis à poluição e esse retorno é um excelente indicador da saúde ambiental desse corpo hídrico”, disse o biólogo e coordenador do projeto, Eduardo Pimenta.